Bento vai à aula


Nós desistimos do internato para cães. Seria difícil demais ficar longe do nosso amiguinho, que preenche incansavelmente cada minuto de nossa casa, nossas vidas e nossa mente! Ele é quase onipresente! Onde anda o danadinho? O que ele estará aprontando? Ele está debaixo de alguma cama? Você o viu por aí?

Ou então ele está deitado ao nosso lado, no sofá, na cama ou debaixo dela, ou aos nossos pés. Mas é mais provável que ele esteja pulando a nossa volta, trazendo o osso rosa na boca, ou a bola, ou uma pedra do quintal, para brincar conosco.

Enfim, sua alegria, sua energia, ou sua delicadeza, nos cerca, nos preenche, e basta um instante longe dele para perguntarmos: "onde mesmo que ele se meteu?"

É claro que esta não foi a decisão do pai - desistir do internato para Bento -, mas ele tem que dar uma de durão (coisas de pai), no entanto sei que lá no fundo ele também se derrete com as graças e artes do nosso amigo canino.

Entrei em contato com os amigos, e Rebeca, a acupunturista de nosso saudoso Woody, nos enviou o contato de um adestrador de amigos cães, que inclusive treina o dela.

Foi assim que conhecemos Cleiton, primeiro para uma entrevista familiar, para saber o que desejávamos de nosso amiguinho, e é claro, conhecer a ferinha. Tudo aprovado marcamos as aulas.

O correto é dizer que as aulas vieram até Bento, e ele entende tudo. Levou a aula muito a sério. Aprende rápido demais, eu me sinto uma toupeira perto dele! Basta uma guia, um cara experiente, e ele se torna obediente...

Moral da história: quem precisa de treinamento são os donos do bicho! Mas, tenho certeza que a gente chega lá. O risco é que Bento fique tão dócil e obediente que eu não tenha mais histórias para contar dele! Risco a correr.

No mais, ontem ele teve a segunda aula. Ficou tranquilo diante dos latidos enraivecidos dos cães da vizinhança. Brincou como um gentleman com o bebê de um ano da vizinha, nem pulou, deitou nos pés da criança.

Então à noite ele encontrou a porta aberta, e foi correr e provocar os cães gigantes do vizinho do lado. Desta vez eu não estressei, deixei ele lá fora, botar para fora seus instintos selvagens, até a menina chegar do curso de férias da faculdade, e conseguir agarrá-lo.

Eram dez da noite e eu lavando as patas enlameadas de um Bento ofegante de tanto correr, saltar e latir. E eu lhe disse: "Eh Bento, aproveita! Por que seus dias de correr junto à cerca estão chegando ao fim!"

Comentários

  1. Camila Rathge Rangel Pereira05/02/2015, 18:26

    Estou apaixonada pelo blog! Recentemente perdi uma cachorrinha que me acompanhou por 16 lindos anos e ler estes relatos tem sido reconfortante para mim!

    Um grande beijo

    Obs: Estudei com a Iaszmin no Maurício Salles e sou sua grande admiradora!

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  2. Grata Camila!!! Que bom que você acompanha as aventuras de nosso pequeno amigo! Tomara que você e todos possam se divertir muito com as travessuras do Bento, sabemos bem o que um cãozinho significa em nossas vidas. Iazsmim estava por aqui estes dias e também curtiu muito seu comentários, ela e Tatá lembram de você.
    Um grande beijo!

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