Ah! Se eu te pego!
Cheguei em casa e Lu foi logo me avisando: o Bento aprontou hoje... Sabe aquele sapatinho macio e verde que a senhora gosta tanto? Ele tirou a palmilha e roeu... A Tatá já brigou com ele, seu marido também,,,
Então foi minha vez de dar a bronca no danado. Com o mocassim na mão mostrei para ele o estrago, ele se encolheu todo, enfiou o rabo entre as pernas, enquanto eu fui dando com o courinho macio na cabeça dele! Já fazia tanto tempo que ele não destruía as coisas dentro de casa, e logo meu sapatinho confortável!
Depois ficou me seguindo pela casa, cabisbaixo, colado no meu pé. Tanto que umas três vezes eu tropecei nele. A filha avisou: fala com ele não!
Mas eu aguento? Acho que não deu quinze minutos e eu olhei sério nos olhos dele para termos uma conversa. Depois eu fiz uns afagos, mas consciência meio cão, meio humana, levou mais a sério a mancada, e o bichinho passou o dia amuado, encolhido pelos cantos. Arrasado.
Não sei se era para rir ou para ter pena do coitado... Mas naquela tarde eu o chamei para o quintal com a bolinha, e ele recobrou sua habitual animação, correndo feito doidinho. Então, eu pensei, vou deixá-lo à vontade no quintal, afinal ele precisa gastar sua energia, e como já não temos paciência ou vontade de brincar o dia todo ou passear com ele quando temos um quintal tão grande...
Ele entendeu a mensagem, e ficou até o cair da noite brincando ao longo da cerca do fundo, hora vigiando os vizinhos caninos, ora disputando corridas... O resultado foi um cão muito, muito sujo, que precisou de um banho de patas, barriga e rabo no tanque, antes de entrar em casa e fazer um estrago. Mas ele estava feliz!
Deixou a menina estudar em paz em seu quarto, não mais nos importunou enfaticamente com suas bolinhas e brinquedos, e divertiu-se ao seu jeito! Será que vai dar certo? Não sei se dou conta de lavá-lo todos os dias, mas vamos ver no que vai dar...
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