O dedinho x a marvada NA - parte II


Foi um longo processo de reabilitação para o dedinho. Dor, fisioterapia, prótese e muitos antibióticos. A moça e seu dedo se recuperavam, e Bento passou a tomar fluoxetina. Mas ele atacou inesperadamente a garota, ferindo-lhe o pulso. E atacou Nino na madrugada, mais de uma vez.

Pular da cama, voar pelas escadas com os gritos de Nino, agarrar Bento pelas patas traseiras até levantá-lo e fazê-lo soltar o outro, não é programa desejável... Agora Bento foi isolado na área de serviço à noite, mas teríamos que tomar mais providências, e a seguinte foi a consulta com a neurologista Dr. Raíssa.

Bento passou a tomar Gardenal, e chamamos também um veterinário comportamental. Enfim, um trabalho de equipe pluridisciplinar! Seu treinamento com Dr. Olívio consistia muitas vezes em aprender a relaxar para ganhar um petisco, além de diversas medidas e aprendizados úteis para um cãozinho estressado...

Faltava uma última medida, a mais radical: castração, ou em seu nome mais civilizado, orquiectomia. Para os dois cães. E assim foi combinado com dr. Rogério, e feito!

As cirurgias aconteceram pouco tempo depois de sabermos que a bactéria havia se instalado na falange medial do dedo, o que levou a sexta cirurgia, para substituição da parte infectada do osso por um cimento ósseo que libera antibiótico local. 

Enquanto a moça se recuperava, os cães desfilavam em seus macacões verde hospitalar pela casa. Não dava para não achar graça deles, sempre imundos, por mais que se lavassem as roupinhas, rolando as costas na grama e na terra, na tentativa frustrada de arrancar os modelitos!

Mas a primeira alegria foi ter a casa e a varanda livres do mijo de Nino! E embora nos primeiros dias Bento nos olhasse como quem pergunta: O que houve? O que fizeram comigo? Para Nino nada parecia ter acontecido. Ele continuava com a corda toda latindo e correndo pelo quintal!


Mas para Bento, quanta diferença! Estava visivelmente mais calmo, passou a abanar novamente a cauda, finalmente parecia estar relaxado, e até os tremores e espasmos que não haviam cessado com as medicações, diminuíram sensivelmente.

Finalmente temos nosso cãozinho de volta! E se soubéssemos que a orquiectomia seria tão bem sucedida no quesito comportamento,  a teríamos providenciado alguns anos antes... Mas faz apenas um mês de cirurgia, e terei que aguardar mais tempo antes de tentar retirar os medicamentos. E a filha do meio deverá ainda passar por uma última cirurgia, para a substituição do cimento óssseo por um pedacinho de osso a ser retirado de outra parte do corpo.

Acompanhamos tudo animados e esperançosos, e espero ter somente boas notícias e histórias para contar aqui!


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