Um irmão para Bento


Já fazia um tempo que discutíamos a ideia de ter mais um cãozinho em casa, para fazer companhia para Bento, e quem sabe, ajudá-lo a ser mais cachorrinho e menos humano... Quem sabe, um cachorrinho para Bento!

Fomos nós que o criamos assim, humanizado demais, sofrendo com coisas que não são do universo canino. Não somos só nós que reparamos, como é expressivo o olhar de Bento! Dá para saber o que ele sente!

E a oportunidade surgiu, quando soube que uma irmã de Bento foi pega por um vira-lata que pulou o muro da casa. Ótimo, pensei, assim vamos adotar alguém da família!

Quatro filhotes nasceram e fomos lá vê-los. Nos encantamos com um bem peludo, branquinho, com a cara e orelhas pretas, lindo demais! A dona me avisou que ele era o mais dócil, os outros faziam gato e sapato dele, e era isso que queríamos, um cãozinho que fosse o oposto de Bento, que foi o mais intrépido e ativo de sua ninhada!

Com trinta dias fomos buscá-lo. Eu ficaria feliz de levá-lo dali a quinze dias, mas a dona tinha pressa, e minha filha mais velha também, pois seria na época em que ela estaria de férias conosco, e assim poderia curtir o filhote, o que ela não pode fazer com Bento.

Cachorrinho novo em casa e faltava o nome. A filha do meio foi quem decidiu, ele tinha que se chamar Nino, e nós concordamos.

Nino era muito novinho, foi respeitado por Bento, embora esse não estivesse muito feliz com a novidade. Era uma bolinha de pêlo! Muito dócil e assustado. Corria de qualquer barulho, dos carros em frente a casa, do Bento se lhe aparecesse ameaçador! Corria até do meu marido!

Bem medroso, o oposto do Bento! E volta e meia Bento lhe dava uma corrida, quando não uma dentada, mas o inocente queria brincar com ele e logo esquecia o incidente.

Era uma comédia a bola felpuda! Tropeçava nas próprias patas, não dava conta de pular no sofá, e deu para notar que era mesmo meio "lentinho" o nosso filhote. Tudo o que Bento aprendia precocemente ele levava meses para fazer. Xixi e côco então...

Fiz brinquedos para a fofurinha, potinhos de plástico com pedrinhas dentro para fazer barulho, presos a muitas fitas coloridas. E ele? Fugiu de medo... Ok, nada de barulho, quem gosta disto é Bento.

Enquanto Bento brincava jogando pedras para o alto em sua infância, Nino gosta de roer folhas e galhos secos que encontra pelo quintal, fazendo sujeira dentro de casa. Aliás, taí algo que descobrimos que agrada ao irmãozinho mais novo, bagunça e sujeira. Espero sinceramente que um dia isto acabe!

Foram meses também para Bento aceitá-lo. Mas as crises de ciúmes foram ficando cada vez mais ralas, enquanto os dois iam ficando amigos. Nino é cachorrinho mesmo, quanto a Bento, nós temos nossas dúvidas... Mas vamos levando assim, a família cresceu e a casa ficou mais alegre! Viva o Nino e o Bento!

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