Um cão quase perfeito


É verdade, nosso cãozinho está se tornando quase perfeito. Quem diria que aquela pestinha ia tomar jeito um dia! Ele vai completar dois anos no próximo sábado, e fico pensando se terei que mudar o nome do blog, de "As aventuras de Bento, o cão intrépido", para  "As gracinhas de Bento, o cão dócil", ou qualquer coisa assim.

Ele está cada vez mais dócil, e mais obediente. Agora ele se deita em frente à porta do quarto de minha filha, dá até uma choradinha, mas só entra no quarto quando a garota diz "pode vir Bento!"

Se ele está deitado no sofá da sala, basta um "desce Bento", para que ele retorne ao chão. O que não impede de olhar para mim sentado, com aqueles seus lindos olhos castanhos amendoados, enquanto abana levemente o rabo, como quem espera um "venha Bento!" para pular ao meu lado.

Amoroso, está sempre disposto a um chamego, a nos dar uma lambida nas mãos (ou na parte que estiver mais disponível...), a deitar sua cabeça em nosso colo ou sobre nosso pés, enquanto olha de soslaio para ver se a atitude está aprovada.

Quando digo "Bento, vamos tomar seu remedinho?" Ele vai direto para sua cama e docilmente toma as gotas de florais que lhe dou (vou ter que filmar isso!)

Ontem ele assistiu o Fantástico. Sentado aos pés da TV, ele não desgrudou os olhos dos tubarões, das arraias saltadoras, nem dos trinta e três leões que foram repatriados para um centro de animais selvagens na África do Sul. Comportado, não latiu, nem atacou a televisão. Fantástico!

Bento adora passear de carro, antes se apressava em chegar na garagem antes de nós, e se possível aboletar-se no banco do carro, se este fosse aberto, mesmo que tivesse que passar a nossa frente e por nossos pés. Atualmente basta dizer para ele, "é Bento, desta vez não vou poder te levar...", e o cão, com a cara mais triste e decepcionada do mundo (ele sabe como ninguém cortar nosso coração!), retira-se para a varanda lá de cima, para se despedir enquanto saímos, com a tal cara de nos fazer sentir eternamente culpados de vilania animal.

A cachorrada lá dos fundos vive chamando-o para uma boa briga e corrida junto à grade. Eles chegam a latir por uma hora ou mais, mas Bento os ouve em quietude, somente as orelhas dão sinal em resposta. O que não impede que outro dia, ao ver o cão do outro lado, ele tenha perdido as estribeiras, e corrido junto à cerca. Ao meu chamado, ele se retirou de fininho, para que eu não o visse. Tomou o caminho da lateral da casa, passou pela frente, entrou silencioso pela porta da garagem, e deitou-se em sua cama, como se nada tivesse acontecido.

E eu pensaria ter me enganado, não fosse pelas patas enlameadas do cão branco... É claro, levou uma bronca, eu com as mãos na cintura, e ele com certeza entendeu. Ele entende tudo. Mas receio que tenha sido uma de minhas últimas broncas...

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